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Em defesa dos quietos

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Apresentação Ooi, pessoal Quero muito falar com vocês sobre uma das minhas últimas leituras. Há pouco tempo, eu li o livro O Poder dos Quietos, da escritora e conferencista norte-americana Susan Cain, sobre introversão. Nesse livro, ela argumenta que a cultura ocidental moderna não compreende e subestima as qualidades das pessoas introvertidas, e eu, sendo eu mesmo uma pessoa introvertida, concordo muito com ela. Ela começa contando um episódio em que Rosa Parks, uma cidadã estadunidense negra se recusa a ceder para um homem branco seu assento de uma fileira de bancos reservados para negros num ônibus em uma noite em Montgomery, no Alabama, nos Estados Unidos. Ela é presa por um policial e isso desencadeia um protesto com 5 mil pessoas a seu favor em uma igreja na região mais pobre da cidade. Nesse protesto, Martin Luther King Jr. fez um discurso elogiando a coragem de Rosa e lhe deu um abraço. Houve um boicote na cidade aos ônibus durante 381 dias: as pessoas iam a pé ao trabalho, p

O amor não é abusivo (dormindo com o inimigo)

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Ooi, pessoal! Tudo bom? Há uns meses atrás, eu li um livro que gostaria de trazer pra vocês. Relações Destrutivas foi escrito por Avery Neal, uma psicoterapeuta e comunicadora que trata especialmente sobre relacionamentos, bem-estar e abuso psicológico. Segundo esse livro, quase metade de todos os homens e mulheres passam por abuso psicológico sem perceber. Esse livro trata sobre relações sutilmente abusivas, manipulação emocional, autovalorização e auto validação de sentimentos. Quando eu comprei esse livro, eu estava procurando por algo que pudesse ser um apoio tangível pra esses tipos de relação, que conseguisse descrever de uma maneira concreta a experiência delas e o que fazer a respeito e acho que foi isso que eu encontrei. Ele tem uma apresentação e é dividido em 7 capítulos Fala sobre a identificação de um abuso, os padrões de abusadores, o perfil das pessoas que se relacionam com abusadores (é um livro direcionado especialmente pra mulheres, que são as maiores vítimas, mas s

Quando o amor aperta ou isola em excesso

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Introdução Olha, eu tô bem animado pro livro que eu vou trazer hoje pra vocês. O Maneiras de amar, anteriormente chamado de Desapegados, é um livro da autoria do Dr. Amir Levine, psiquiatra e neurocientista e Rachel S.F. Heller, graduada em Ciências do Comportamento e mestre em Psicologia Socio-Organizacional pela Universidade Columbia. Esse livro, como o nome original sugere, fala sobre Teoria do Apego. O objetivo dos autores foi traduzir o que existe de material científico sobre a Teoria do Apego para uma linguagem que pudesse ser assimilada pelo público em geral. E o que é a Teoria do Apego? A Teoria do Apego designa três principais estilos de apego ou maneiras de amar, que são as formas pelas quais as pessoas percebem e reagem à intimidade nos relacionamentos amorosos. Esses estilos são semelhantes àqueles encontrados em crianças: o Seguro, o Ansioso e o Evitativo. Pessoas seguras sentem-se à vontade com a intimidade e em geral são carinhosas e amorosas; ansiosos desejam inti

Para cuidar da nossa aldeinha digital

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Introdução Há um tempo atrás, eu li o livro Infocracia: Digitalização e a Crise da Democracia . Como esse é um livro que fala essencialmente sobre comunicação nas redes, eu pensei que faria sentido trazer pra cá um pouco do conteúdo dele pra discutirmos sobre. Esse livro traz material para pensarmos nas mudanças que o consumo de informação tem trazido na sociedade, sobretudo na política. Para pensarmos sobre o monitoramento de dados, a manipulação digital, mudanças na cultura, a perda de uma realidade comum e uma crise da verdade. Vigilância voluntária Sendo um livro de filosofia, ele começa fazendo uma comparação entre a ideia de regime disciplinar, de Foucault e um regime informacional. Ele vai argumentar sobre como o regime disciplinar exerce poder em torno da ideia de submissão, enquanto o regime informacional promove poder a partir de uma falsa ideia de liberdade. Cultura midiática É feito um contraste também entre cultura livresca e midiática. Enquanto em uma cultura livresca

O medo de ser insuficiente

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Brené Brown é uma professora, pesquisadora norte-americana, palestrante, escritora e apresentadora, conhecida especialmente pela sua pesquisa sobre vergonha, vulnerabilidade e liderança. Eu ouvi falar dela pela primeira vez em uma publicação do LinkedIn que o meu gestor da época havia curtido, com uma frase que eu anotei depois no meu caderninho de citações. “Requer coragem dizer sim para o descanso em uma sociedade onde a exaustão é vista como símbolo de status.” (Brené Brown) Não é nenhum pouco incomum eu encontrar na minha vida casos de pessoas que estão de alguma forma sobrecarregadas pelas próprias rotinas. No meu trabalho anterior, houve menções a pessoas que tiveram burnout. Sobre como uma mulher, por exemplo, perdeu o controle e saiu de um edifício empresarial chorando uma vez. A professora de longe mais dedicada que eu tive na minha faculdade é uma pessoa dócil, organizada e extremamente competente, que chegou a ter, em um momento da vida dela dedo em gatilho, uma lesão de esf